segunda-feira, 28 de abril de 2014

Lendo em Inglês? Desapega!

Para muitos alunos que conheço, ler em Inglês pode ser uma atividade não muito prazerosa. O comentário mais comum que ouço é o fato de haver muitas palavras novas e difíceis em textos autênticos (não alterados para uso em sala de aula). Essas palavras normalmente tornam o entendimento de textos mais difícil.

É verdade que nos deparamos com diversos termos novos quando lemos em Inglês, e quando nós paramos para olhar todos esses termos no dicionário, nós transformamos o que inicialmente era uma atividade prazerosa em algo incrivelmente maçante.

Normalmente nós lemos por causa do conteúdo que foi escrito, e quando paramos para procurar o significado de novas palavras, a leitura se torna em um exercício, uma tarefa. E geralmente tarefas são chatas. Eu não conheço muita gente que goste de passar 20 minutos para ler um pequeno artigo no jornal, nem eu lembro de muitas pessoas que gostassem de ler Machado de Assis na escola com um dicionário ao lado (para ser sincero, conheci alguns que achavam essa atividade interessante, mas garanto que eram a minoria).

Então proponho um novo jeito de encarar textos em Inglês. Que tal focar apenas nas palavras que conhecemos e ignorar as desconhecidas? A maioria dos professores com quem trabalhei conhece essa técnica, e até a acham um pouco óbvia. Muitos alunos que conheço também já ouviram falar sobre isso, e também a acham óbvia, mas na prática eles, os alunos, comumente não conseguem aplicá-la. 

Essa ideia pode ser aplicada em qualquer tipo de texto, mas é especialmente eficiente em textos não literários, como romances. Isso se dá porque há muito mais por trás das palavras e entre as linhas de um texto desse gênero do que há por trás de um artigo imparcial no jornal, por exemplo (sem diminuir o gênero, claro).

Todos sabemos que o Português é uma língua com base latina. O Inglês não é, porém foi altamente influenciado pelo Latim. Há uma tendência que à medida que um texto se torna mais formal em Inglês, mais ele toma emprestado expressões do Latim. Consequentemente, temos mais chances de encontrar em textos formais palavras muito semelhantes ao Português. E é bastante comum que esses termos carreguem bastante significado.

Então vamos à parte prática. Como falado, a ideia é focar em palavras que são parecidas com o Português. Depois, adicionamos alguns termos que normalmente são conhecidos para a grande maioria das pessoas (ex. car, house, world...). Fazendo apenas isso, temos uma boa chance de entender o sentido geral de um texto. E mesmo quando essas palavras não são suficientes, elas nos ajudam a deduzir o significado de outras. Você pode até mesmo aprender novas palavras sem necessariamente abrir um dicionário.

Vamos tentar?

Abaixo segue um texto retirado do site da BBC no dia 16 de abril de 2014.

Eessa é a imagem:

whisky being poured into a glass


Começando pela imagem, vemos que o texto, de alguma maneira, deve abordar um assunto que fale de bebidas.

O título do texto é o seguinte:

Sweet or sour? Altering how we taste our food



O título contém uma palavra parecida com o Português:

Altering – alterando

E contém três palavras bem conhecidas em Inglês:

Sweet – doce

Food – comida

We - nós

Agora tente deduzir o que esse título quer dizer:

Doce XX XXXX? Alterando XXX nós XXXXX XXX comida

Dá para ter uma ideia?

Se você chutou que ‘sour’ é ‘salgado’, infelizmente você errou. ‘Azedo’ seria mais apropriado, mas será que isso altera o que o texto realmente quer dizer? Veja o resto: ‘alterando COMO nós SENTIMOS/SABOREAMOS/SENTIMOS O SABOR de NOSSA comida’ Veja que mesmo traduzindo pouco ou até mesmo errado, se você chegou em algo parecido com ‘o texto fala sobre opostos em comidas e como alteramos como a sentimos’, missão cumprida.

Agora tente deduzir o seguinte parágrafos do texto com as palavras abaixo:

Companhia (company)

Aplicou (applied)

Multissensoriais (multisensory)

‘Insights’ (insights)

‘Desenhando’ (designing)

2014

Chinês (Chinese)

Novo (new)

Ano (year)

Introduzindo (introducing)

Novas (new)

Cores (colours)

E (and)

Texturas (textures)



Dá para ter uma ideia? 

Tente com as palavras lado a lado:

“Companhia aplicou multissensoriais insights desenhando 2014 Chinês novo ano introduzindo novas cores e texturas.”

Com um pouco de imaginação, talvez você chegue a uma interpretação parecida com o seguinte:

“Dá para imaginar que uma companhia ou empresa desenvolveu novos produtos, possivelmente na China, introduzindo novas cores e texturas, e o lançamento provavelmente foi no ano novo. “



Agora veja uma possível tradução do texto abaixo e compare:

“A companhia aplicou esses novos ‘insights’ multissensoriais quando desenhou suas novas embalagens para presente para o Ano Novo Chinês de 2014, introduzindo novas cores e texturas à embalagem”

Chegou perto? Viu só?

E por que as pessoas normalmente sentem dificuldade em aplicar essa técnica relativamente simples? Porque nosso cérebro tenta nos ajudar, mas na verdade atrapalha. Estamos acostumados a entender 100% ou quase isso quando lemos em Português. E a sensação de não chegar nem perto disso em Inglês nos deixa ansiosos. E não saber o que as palavras significam nos deixa frustrados. 

O importante então é praticar a arte do ‘desapego’. Ensine seu cérebro a não focar no que não sabe, e sim no que pode ser entendido. Possivelmente você vai ver que a experiência é bem interessante.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Wha do ya think of ma English?


Wha do ya think of ma English?

I am often asked as a teacher; ‘’what do I need to become fluent?’’ Usually the best thing to do in this case is to ask the question right back to the student and work from there. Following said protocol, the answer returns, invariably with pronunciation firmly atop the list, and more specifically ``I need to speak more like a native. ``

I guess coming from an immigrant country the idea of pronunciation, and when it comes down to it, accent – is kind of a mute subject since most Canadians have become accustomed to English being spoken with different accents from many different cultures. In my case, even more so, coming from the capital Ottawa. 

I went to an international high school in the centre of the city where all the diplomats’ kids went, so most of my friends growing up were from different countries but had lived in Canada for most if not all their lives and have had to adapt their native accents to one that is more standard ‘’Canadian’’. For most, the transition has been smooth, but for others, their native accents were so strong that transition was more difficult. So the result was an interesting and unique – sub accent. One that has become idiosyncratic of many cultural accents in English.

Take for example, how Spanish speakers of English regularly pronounce their ``Vs`` like ``Bs``, so ``levels`` sounds more like ``lebels`` or how about - "mush" for "much". Not sure why this is since the ch does exist in Spanish. In fact we do not have to go too far to see how the language even by natives has been bent to accommodate regional dialects like "da" for "the" – thanks Chicago. Or what about warning those teachers that say "rahd" for "ride"? Should we send half the teachers in Southern States of America to fluency classes? What about "cah" for car? Shape up or ship out, Boston teachers. A slippery-slope problem looks likely. 

Clearly pronunciation is non-standard and it is impossible in many cases to make it such. These, after all, are native English accents, and different in the class than a foreign accent in English. But then the problem arises – we would be discriminating, basically, on the basis of national origin. Lest we forget that English is defined by diversity. So perhaps a good middle ground is to adopt a standardized approach to English Grammar, and embrace the diversity and expand our global perception of the language.   

Following protocol; ‘’What do you think?’’